domingo, 7 de setembro de 2008

Na escuridão do meu desejo.



Durante o sono eu permito que venha todo aquele que reprimo,todos meus amores e carícias, as mais escondidas.Nessa noite vieste me visitar, e visitou com seus cabelos soltos, suas calças jeans surradas, as cores nos olhos...todas faiscantes.Eu entregue, pedindo pelas suas mãos longas e plenas de gestos contidos.Ah, esses dedos ágeis, viciados em acordes , trastes e contrastes, si e bemóis.Sua voz grave sussurrando em meu ouvido promessas que sonhei, tratos e contratos existenciais. Nós finalmente seremos um do outro sem gaiolas nem regras.Seu corpo experiente me tocando suave, provocando as reações naturais, nossas bocas cruzando a fronteira que por tanto tempo ficou intacta.Finalmente minha língua conhecerá o céu da sua boca , e a garganta cala um som de alívio conquistado.Meu corpo é o destino dessa coisa toda que se agita no centro do teu ser, eu te quero receber... vem! e que seja dada a nós a permissão de conhecer nossos paraísos particulares.Hoje, ao menos em sonhos serás meu e nada virá censurar o que nos consome, verei revelado teu peito alvo que escondido na camisa das segundas-feiras fez palpitar o meu, que também oculto te conta segredos.Nessa noite me calo para ouvir tudo aquilo que te pertence: sou toda ouvidos, boca, seios e entremeios.Acordo e decido: Não descanso enquanto não sonhar que foi sonho viver sem você.Vais protestar, interpretar, forçar meu cérebro a codificar a negar e reverter. Não vai adiantar.Agora você é só meu. E do Sigmund.

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