quarta-feira, 3 de agosto de 2011



Das Arábias

Que devo dizer, Oxalá ou Amém?
Onde? Na praia de Copacabana ou
Nas areias do deserto de Siquém...
Pra quem?
Pras mulheres de biquíni, ou...
aos eunucos do harem?

Voce me acha tão esquisita,
E eu te conheci na mesquita
Tu me deixas no ora veja
Eu lhe sirvo coxas na bandeja

Toda enrolada no xale, destino:
lido e sabido na borra do café!
moça prometida, nada repentino
Papai avisou, não casa com a ralé

O cheque do xeique impressionou
A pilantragem no deserto infiltrou
A parada era falsa feito a loira do Xerém
Até a Odalisca tinha vindo é do Belém!


MANCHETE

E essa ardência que não passa.
Deve ser o sal contido no mar que meus olhos abrigam.
A concordância forçada de padrões tão, tão e tão dissonantes.
Tudo aquilo que transborda é ardência, dormência, sintoma.
A clemência por uma escuta que não me arremesse direto ao banco do réu.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Para Além de Nós.




Num tempo distante
Ontem, não sei onde
Havia um fauno.
Figura mítica, instigante

Mistura minha, meio eu meio tu.
Segundas feiras me visitava
Letras se derramavam feito rio
Tinha um leito que tudo acolhia
E corria...

Meus olhos sorviam texto
Bebiam palavras e imagens
Ouvidos atentos sem reserva
Coração a céu aberto.

Nesse dia, tudo existia, tudo era.
Meu fauno, minha alegria.
Agridoce criatura sem par.
Caminha por aqui entre nós.

Lufar de asas constante.
Itinerante pensamento
Da pipa o Barbante.
Aquilo que vai por dentro.