segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Fim do Mundo.



Quando tudo é o outro é terror sem nome

Perde-se o muro que cerca o ego,

Tebas invadida pela peste, maré das angústias.

O desamparo assola a alma, contornos se vão.

É conteúdo espalhado ao redor. Pior, não há redor.

Tudo sou eu, eu sou Tudo e o Nada se acaba em mim.

Criança no colo frouxo da mãe louca á deriva.

Se me agarro em teus ombros, teus calcanhares me

escapam das mãos.

Tapete mágico cheio de estrelas é o delírio

onde deito agora.

domingo, 24 de agosto de 2008

Asa Partida



Na asa partida do meu sonho revôo e avisto o passado.
Me acena ele com mãos de despedida. Então me pergunto para onde vou em seguida.
Quando o caminho pesa demais sobre meus pés, levanto um vôo já meio tardio para o futuro:Distante e fugidio.O colo em que eu me deitava se foi nas asas do desvario. Busco nas atas não escritas uma pauta que mostre onde o se perdeu o "nós" que não desata.
Liberta-me amor enlouquecido...Já que não podes me acolher em teu peito que já foi esquecido.
Dorme, criança perdida...dorme prá sempre em mim, enquanto podes ser somente amigo.

sábado, 23 de agosto de 2008

Róseos tempos

O céu
amanhece nu, sem nuvens para cobrir-lhe o esplendor.

Ontem amanheci eu nua, sem névoas e sem tréguas, apenas dor.

Amanhã quiçá teremos ventos e trovoadas, chuvas torrenciais.

Meu coração se aquece de boas lembranças, recortes existenciais.

Mesmo quando penso nas pequenas feridas, todas saradas e lambidas sinto saudades de mim...

Aquela que se lançava ao acaso, destemida.Hoje não sei direito quem mora em mim, se ainda carrego alma de menina ou se de fato envelheci.

Aniversário todos os anos eu faço, mas trinta e poucos pesam como século hoje.

Porém tenho meus dias de infante quando me parece ter nascido ontem, e ainda me resta bastante imaginação.

Queria um dia do passado de presente neste dia. Um domingo quando meu primeiro namorado me trazendo flores frescas da roseira, e dizendo "eu te amo" me apresentou ao meu primeiro orgasmo. Uau, um mundo novo se abriu e pensei naquele instante que não haveria momento mais feliz.

Acho que eu não queria o orgasmo, queria a inocência rósea daquele tempo.

VAPOR BARATO



Desenho tua boca: não sei se deixas partida no ar, sem queixas.

Sangrei por dias, me esvaindo em dores parecidas:a minha e a nossa, gêmeas imberbes.

Não és tão criança quando roças palavras no meu ouvido: convincente,maduro, letras malucas.

Discretos: partimos, passagem nas mãos.Tua boca no ar, meus dedos rabiscando vontades,ainda...mesmo que improváveis.

Tímpano esgotado, mucosas lacrimejam o que eu queria ouvir sem partir.

Mas preciso: O lúdico abraço estilhaço de dores, ramos de flores que perdendo o viço se vão...de braços dados com o vapor que ficou de nós no envidraçado da janela.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O Poema e o Poeta _ Uma história de amor.


Todo poema é uma flor. Pode ser bromélia, crisandália, margarida, rosa ou violeta.Todo poema é também uma batalha travada no coração dos valentes. Só quem sabe manejar a espada pode portar com garra uma caneta.Palavras em punho, mãos à obra...todo poeta é um escultor, um artesão que talha n'alma os desígnios de ser dono da própria vida apesar de ser tão alto o preço.O poema é uma flor na orelha de Lindalva, diamante no dedo de Cecília, beijo roubado nos lábios de Amália.Todo poeta foi um dia vagabundo assumido, meio músico, inteiro sentimento. Já foi metido a brigador e teve nariz quebrado quando saiu em defesa de donzela ou ideal.O fim do poeta é morrer de amores mergulhado no lírio perfumado dos cabelos da fêmea predileta. Aquela pela qual jamais ousou um único versinho, um traço sequer em papel comum.Nunca!

Poetrix - O CD que CD'eu


Nas mãos, o mundo ofertado

Sim, redondo no meio furado

Guardado em quadrado perfeito.

Sonho?


Esta noite recebi um abraço. Era sonho.
Reconfortante como nenhum outro
que tenha recebido em vigília.
Mensagem importante continha:
Pare de entender e falar...comece a sentir!
As mãos mornas de carinho passeavam
como borboletas na minha face, e as lágrimas
que rolavam já não eram salgadas.
O calor daquele abraço liquefez as mágoas,
os endurecimentos, rigidez da vida.
Não me lembro de quando foi a noite
que tenha dormido tão bem.
E quando acordei não entristeci por não ser verdade. É verdade! Uma verdade oculta sobre o manto das racionalizações.Eu recebi aquele abraço. De mim.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Agora é comigo.


Sempre escrevi, desde que fui alfabetizada por meio de notas musicais aos 5 anos.
Fui das poesias, dos poemas e prosas poéticas. Passei pelas crônicas, arrisquei ensaios e cá estou; tentando contribuir de alguma forma com quem venha a ler o que ouso registrar aqui.
Acabo de voltar da exibição de um filme que fala de todos nós mas é para o entendimento de poucos e pretendo escrever sobre ele mais tarde.
Acho que quero fazer o Laranja Mecânica II - A Reparação.