domingo, 4 de outubro de 2009

OLHARES - DUETO DE LUCIANE E CARLA

Tem aquele olhar de canto, o dos apaixonados,
Olhares cabisbaixos, que derrotados foram
Aquele olhar sereno dos que dançam luas e céus estrelados.
Olhares acostumados, que decididos ficaram.
E as doçuras que por olhos mansos são derramados.

Mas também as loucuras...as loucuras que pelos cantos molharam.
E aqueles que morrem sem antes conhecer a bravura
Nessa guerra fria de olhares tortos,
e sentidos mancos, ás vezes mortos, tortura.
Tem valente que profecias cumpre,
na mira de quem procura.
Na noite escura e fria
A cada dia renasce a ternura.

Passageiros da Eternidade

Um dia quero ser rio para gargalhar em cascatas
Mergulhar no teu cio, fazer trilha por essas matas
Esquentar nosso frio compondo longas serenatas
Sermos da chama, o pavio...navegar em fragatas.
Debruçar no peitoril, fazer cócegas em estátuas.
Amigos de assovio ou até íntimos camaradas.
E assim sanar nosso vazio, em noites apaixonadas!

CICLOS

Nesse rio caudaloso chamado passado,
afogo-me em noites insones, calada invento personas
que divertem e assombram.
São caricatas, piedosas, infames, disformes.
Cantam melodias assoviando segredos úmidos.
Passeio pelas fotografias daquele inverno
perdido nos anos de doçura.
No verão arenoso da praia do Forte.
Primaveras em Poços... de azaléias febris.
Na passarela das folhas secas
desfilaram outonos amarelos, calor de brasas recém extintas.
Passeios de motocicleta enquanto o sol se despedia
sob o beijo ansioso dos amantes.
Nós não morremos, apenas escolhemos ficar no passado:
que não desafia nem desaponta.Apenas existe no porta-retrato,
no agasalho compradoem Campos.
O vestido de noiva, o véu ainda guardado.
Um adeus.Mas o que VIVE de nós mantém acesa a pira da vida.
A filha que veio e chorando forte rompeu todo silêncio,
Assoprou a poeira das melancólicas lembranças.
Ela é bailarina colorida de sonhos e doces esperanças.

BELEZA FARTA

Ah, essas mulheres de beleza farta
Generosa elegância, macias franquezas
Fluidos passos...Luízas, Bias e Martas
Desfilam a brancura de roliças coxas
Desbancando as jovens magras moças
Mulheres que degustam sonhos arrancando suspiros.
Desses não se vende no armazém
Mas no escuridão do desejo
No profundo da alcova
Prazer sem culpa, que tudo prova
com ares de desdém.