domingo, 4 de outubro de 2009

CICLOS

Nesse rio caudaloso chamado passado,
afogo-me em noites insones, calada invento personas
que divertem e assombram.
São caricatas, piedosas, infames, disformes.
Cantam melodias assoviando segredos úmidos.
Passeio pelas fotografias daquele inverno
perdido nos anos de doçura.
No verão arenoso da praia do Forte.
Primaveras em Poços... de azaléias febris.
Na passarela das folhas secas
desfilaram outonos amarelos, calor de brasas recém extintas.
Passeios de motocicleta enquanto o sol se despedia
sob o beijo ansioso dos amantes.
Nós não morremos, apenas escolhemos ficar no passado:
que não desafia nem desaponta.Apenas existe no porta-retrato,
no agasalho compradoem Campos.
O vestido de noiva, o véu ainda guardado.
Um adeus.Mas o que VIVE de nós mantém acesa a pira da vida.
A filha que veio e chorando forte rompeu todo silêncio,
Assoprou a poeira das melancólicas lembranças.
Ela é bailarina colorida de sonhos e doces esperanças.

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