sábado, 23 de agosto de 2008

Róseos tempos

O céu
amanhece nu, sem nuvens para cobrir-lhe o esplendor.

Ontem amanheci eu nua, sem névoas e sem tréguas, apenas dor.

Amanhã quiçá teremos ventos e trovoadas, chuvas torrenciais.

Meu coração se aquece de boas lembranças, recortes existenciais.

Mesmo quando penso nas pequenas feridas, todas saradas e lambidas sinto saudades de mim...

Aquela que se lançava ao acaso, destemida.Hoje não sei direito quem mora em mim, se ainda carrego alma de menina ou se de fato envelheci.

Aniversário todos os anos eu faço, mas trinta e poucos pesam como século hoje.

Porém tenho meus dias de infante quando me parece ter nascido ontem, e ainda me resta bastante imaginação.

Queria um dia do passado de presente neste dia. Um domingo quando meu primeiro namorado me trazendo flores frescas da roseira, e dizendo "eu te amo" me apresentou ao meu primeiro orgasmo. Uau, um mundo novo se abriu e pensei naquele instante que não haveria momento mais feliz.

Acho que eu não queria o orgasmo, queria a inocência rósea daquele tempo.

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