sábado, 23 de agosto de 2008

VAPOR BARATO



Desenho tua boca: não sei se deixas partida no ar, sem queixas.

Sangrei por dias, me esvaindo em dores parecidas:a minha e a nossa, gêmeas imberbes.

Não és tão criança quando roças palavras no meu ouvido: convincente,maduro, letras malucas.

Discretos: partimos, passagem nas mãos.Tua boca no ar, meus dedos rabiscando vontades,ainda...mesmo que improváveis.

Tímpano esgotado, mucosas lacrimejam o que eu queria ouvir sem partir.

Mas preciso: O lúdico abraço estilhaço de dores, ramos de flores que perdendo o viço se vão...de braços dados com o vapor que ficou de nós no envidraçado da janela.

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