sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pé na Estrada




Há muitos fantasmas por aqui
Fazem barulho, ruídos profanos
Há muito passado nesse presente
Não se deixam enterrar, insanos!

Mexem em tudo, reabrem feridas
Fantasmas de noiva, noviça e soldado
Nascem de novo a cada partida
Falam na cara, não mandam recado

Confusa caio em contradição
Desejo o novo, anseio seguir
Mas me pega o fantasma da tradição
Feito a mulher que vive a fingir

Se me vem o sucesso, há que se comemorar
Abrir os trabalhos, coragem e mãos a obra!
Mas me chega o fantasma de não se orgulhar
Contenta menina, com aquilo que sobra!

Cara de boba, parada no caminho
Encruzilhada, fim de estrada
E agora onde vou, se nada sobrou?
É longa viagem, junta a bagagem: Sua hora chegou.

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