
Há muitos fantasmas por aqui
Fazem barulho, ruídos profanos
Há muito passado nesse presente
Não se deixam enterrar, insanos!
Mexem em tudo, reabrem feridas
Fantasmas de noiva, noviça e soldado
Nascem de novo a cada partida
Falam na cara, não mandam recado
Confusa caio em contradição
Desejo o novo, anseio seguir
Mas me pega o fantasma da tradição
Feito a mulher que vive a fingir
Se me vem o sucesso, há que se comemorar
Abrir os trabalhos, coragem e mãos a obra!
Mas me chega o fantasma de não se orgulhar
Contenta menina, com aquilo que sobra!
Cara de boba, parada no caminho
Encruzilhada, fim de estrada
E agora onde vou, se nada sobrou?
É longa viagem, junta a bagagem: Sua hora chegou.